ATA DA PRIMEIRA SESSÃO ESPECIAL DA QUARTA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA TERCEIRA LEGISLATURA, EM 22-3-2004.

 


Aos vinte e dois dias do mês de março de dois mil e quatro, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às nove horas e quarenta e cinco minutos, constatada a existência de quórum, a Senhora Presidenta declarou abertos os trabalhos da presente Sessão, destinada a debater os Projetos de Lei Complementar do Executivo nº 008/03, que altera a redação do § 3º do artigo 5º da Lei Complementar nº 478/02, e nº 010/03, que fixa alíquotas de contribuição previdenciária para fins de custeio do Regime Próprio de Previdência Social dos Servidores Públicos do Município de Porto Alegre. Compuseram a MESA: a Vereadora Margarete Moraes, Presidenta da Câmara Municipal de Porto Alegre; o Senhor José Carlos Reis, Diretor-Geral do Departamento Municipal de Previdência dos Servidores Públicos do Município de Porto Alegre PREVIMPA; o Senhor Pedro Antônio Ranquetat, Presidente do Sindicato dos Servidores da Câmara Municipal de Porto Alegre - SINDICÂMARA; o Senhor Luiz Fernando Rigotti, representando o Fórum das Entidades dos Servidores do Município de Porto Alegre; o Senhor Ananísio Peres, Diretor-Geral do Sindicato dos Municipários de Porto Alegre - SIMPA; o Vereador João Carlos Nedel, 1° Secretário deste Legislativo. A seguir, a Senhora Presidenta concedeu a palavra aos oradores inscritos. O Senhor Ananísio Peres solicitou seja efetuada uma reavaliação dos Projetos de Lei Complementar do Executivo nos 008 e 010/03, discorrendo sobre a importância da união de todos os interessados para que sejam garantidos os direitos profissionais e previdenciários dos servidores públicos. O Senhor Pedro Antônio Ranquetat questionou os cálculos atuariais constantes no Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 010/03, afirmando que esses cálculos não contabilizam valores referentes a cobranças de inativos e pensionistas e alterações verificadas em pensões pagas pelo Município. Na ocasião, o Senhor Pedro Antônio Ranquetat procedeu à entrega de documentação relativa aos questionamentos formulados por Sua Senhoria relativamente ao Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 010/03. Após, foi dada continuidade aos pronunciamentos dos oradores inscritos. O Senhor Luiz Fernando Rigotti lembrou movimentos do Fórum de Entidades contra a aprovação da Emenda Constitucional nº 040/03, registrando dúvidas referentes aos Projetos ora em debate e ressaltando a necessidade de cálculo atuarial atualizado para fixação de alíquotas previdenciárias no Município. O Senhor José Carlos Reis declarou que os Projetos de Lei Complementar do Executivo nos 008 e 010/03 são adequações à legislação federal vigente. Ainda, afirmou que, em caso de diminuição da alíquota previdenciária federal, será possível analisar igualmente a diminuição dos valores cobrados no Município. Após, a Senhora Presidenta informou que, embora não previsto em acordo firmado pelo Colégio de Líderes, seria concedida a palavra ao Senhor José Cláudio Penteado da Silveira, representante da Associação dos Agentes Fiscais da Receita Municipal de Porto Alegre - AIAMU, e ao Senhor Joaquim Terra, representante da Associação dos Trabalhadores em Educação do Município de Porto Alegre – ATEMPA. O Senhor José Cláudio Penteado da Silveira citou perdas sofridas pelos servidores públicos nos últimos anos e relatou análises efetuadas pela Associação representada por Sua Senhoria, as quais atestam a viabilidade de alíquotas previdenciárias menores do que as fixadas no Projeto encaminhado a esta Casa pelo Poder Executivo. O Senhor Joaquim Terra defendeu a observância das características próprias de cada região do País quando do cálculo de alíquotas previdenciárias, solicitando estudos prévios aprofundados para a concreta adequação da legislação municipal à reforma previdenciária resultante da Emenda Constitucional nº 040/03. A seguir, a Senhora Presidenta colocou a palavra à disposição dos Senhores Vereadores. O Vereador Sebastião Melo classificou como equivocadas as Reformas Previdenciária e Tributária realizadas pelo Governo Federal. Ainda, alegou que o Projeto de Lei Complementar do Executivo n° 010/03 não possui parecer de nenhuma Comissão desta Casa e defendeu a necessidade de cálculo atuarial atualizado para fixação da alíquota previdenciária municipal. O Vereador Elói Guimarães, destacando serem os funcionários públicos os mais interessados na auto-sustentação e no bom desempenho do PREVIMPA, apelou por análise mais aprofundada dos Projetos de Lei Complementar hoje em debate, a fim de que possam ser dirimidas dúvidas existentes e alcançado um efetivo consenso entre todos os grupos envolvidos na questão. O Vereador Cassiá Carpes atentou para o papel exercido por este Legislativo no regramento e na construção do equilíbrio, a fim de que seja viabilizado o estudo completo das matérias previdenciárias serem apreciadas pelos Senhores Vereadores, registrando que o Partido Trabalhista Brasileiro se posicionará ao lado dos servidores públicos municipais na defesa dos direitos dessa categoria profissional. O Vereador João Antonio Dib avaliou as dificuldades de apreciação, sob a égide do artigo 81 da Lei Orgânica do Município de Porto Alegre, dos Projetos de Lei Complementar do Executivo nos 008 e 010/03, ressaltando a necessidade de definição da legislação previdenciária federal, de elaboração de cálculo atuarial e esclarecimento de dúvidas quanto aos custos de funcionamento do PREVIMPA. O Vereador Wilton Araújo realçou ser trabalho da Câmara Municipal de Porto Alegre a criação de leis que beneficiem a Cidade, apoiando a retirada da aplicação do artigo 81 aos Projetos de Lei Complementar do Executivo nos 008 e 010/03, para que essas matérias sejam apreciadas com cálculos atuariais atualizados e após a votação, no Congresso Nacional, de Emenda Constitucional a respeito do tema. O Vereador Haroldo de Souza reportou-se à Lei Complementar nº 478/02, lembrando a exigência ali constante de cálculos atuariais para a definição de descontos para a previdência pública. Nesse sentido, teceu comparativo entre a elaboração de alíquotas previdenciárias em nível federal e municipal, anunciando que sua Bancada participará ativamente na defesa da categoria municipária. O Vereador Ervino Besson abordou os serviços prestados pelo funcionalismo público no atendimento à população, lamentando situações hoje vivenciadas por servidores inativos que, após a aposentadoria, continuam arcando com descontos em seus proventos. Finalizando, propugnou pela constituição de Comissão Especial para análise dos Projetos em debate na presente Sessão. O Vereador Carlos Pestana mencionou legislação federal relativa ao sistema previdenciário dos servidores públicos e declarou que o Executivo Municipal apresentará cálculos atuariais para fixar as alíquotas de contribuição do PREVIMPA. Ainda, questionou a condução da política econômica no Rio Grande do Sul, aludindo à necessidade de cálculos atuarias em contas públicas do Governo estadual. A seguir, o Vereador Sebastião Melo formulou Requerimento verbal solicitando seja viabilizado o uso da palavra a representantes de entidades não previamente agendadas para se pronunciarem nesta Sessão, tendo a Senhora Presidenta informado que, conforme acordo entre os Senhores Vereadores, novos pronunciamentos sobre o assunto em debate seriam viabilizados durante comparecimento em Sessão Ordinária a ser posteriormente definido. Na oportunidade, manifestaram-se quanto ao Requerimento acima referido os Vereadores Carlos Pestana, João Antonio Dib e Cassiá Carpes. As onze horas e quinze minutos os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às onze horas e vinte e um minutos. Em continuação, a Senhora Presidenta concedeu a palavra os Senhores Luiz Fernando Rigotti e José Carlos Reis, que externaram suas considerações finais acerca do tema em debate. Às onze horas e vinte e nove minutos, nada mais havendo a tratar, a Senhora Presidenta agradeceu a presença de todos e declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária de hoje à tarde, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pela Vereadora Margarete Moraes e secretariados pelo Vereador João Carlos Nedel. Do que eu, João Carlos Nedel, 1° Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada por mim e pela Senhora Presidenta.

 

 


A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Declaro abertos os trabalhos da presente Sessão Especial cuja destinação é a discussão do Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 008/03, Processo nº 5.346/03, que altera a redação do parágrafo 3º do artigo 5º da Lei Complementar nº 478, de 26 de setembro de 2002, e dá outras providências - taxa administração Previmpa - e do Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 010/03, Processo 5.347/03, que fixa alíquotas de contribuição previdenciária para fins de custeio do Regime Próprio de Previdência Social dos servidores públicos do Município de Porto Alegre e dá outras providências.

Convido a compor a Mesa o Exmo Sr. Diretor-Geral do Previmpa, José Carlos Reis; o Presidente do Sindicâmara, Sr. Pedro Ranquetat; o representante do Fórum das Entidades dos Servidores do Município de Porto Alegre, Sr. Luiz Fernando Rigotti; o representante do Simpa, Sindicato dos Municipários de Porto Alegre, o Sr. Ananísio Peres.

O Sr. Ananísio Peres, representante do Sindicato dos Municipários de Porto Alegre, está com a palavra.

 

O SR. ANANÍSIO PERES: Srª Presidenta, Srs. Vereadores e meus colegas municipários. Nós, hoje, estamos partindo para uma caminhada de muitas lutas para buscar os nossos direitos, principalmente dos aposentados, que estão sendo os mais prejudicados. Espero também força dos meus colegas que estão em atividade, para nós podermos seguir lutando pelos nossos direitos, porque nos parece que estão querendo tirar os nossos direitos, nós, que mais lutamos nesses 36 anos de servidores públicos.

Srs. Vereadores, os senhores têm que olhar com muito carinho essa parte, porque não é justo nós chegarmos nesta idade, como aposentados, sofrer isso aí. Eu tenho confiança nesta Câmara de Vereadores, onde, graças a Deus, tive a oportunidade de participar, durante 15 anos; e confio na nesta Câmara, que é a nossa casa pública, a casa do trabalhador, a casa do funcionário público, e eu tenho a certeza, Srs. Vereadores, que, sem o apoio dos municipários, nada será feito, não vão buscar os votos na rua sem ter o apoio do servidor público. Essa é a preocupação, hoje, do Sindicato dos Municipários.

Estamos começando uma luta bastante difícil, faz um ano e pouco que assumimos o Sindicato dos Municipários, e tenho a certeza de que os Srs. Vereadores vão dar essa força para os servidores municipais, para os servidores públicos em geral, federal, estadual ou municipal. Hoje falo em nome do meu Sindicato e da categoria que represento.

Srª Presidente e Srs. Vereadores, o Presidente do nosso Sindicato se encontra operado, e eu, como Diretor-Geral, estou representando-o, mas com muito orgulho, por poder participar dessa defesa, e quero, sinceramente, que nos unamos, porque, sem união, não temos força. Se nos unirmos, nunca vamos perder o que temos direito, mas tem de haver união; esqueçamos o que já aconteceu e vamos nos dar as mãos. Em nome dos municipários, em nome de toda a categoria e representantes de associações que aqui se encontram, eu faço um pedido especial aos senhores - principalmente ao Dr. João Dib, nosso Vereador há 32 anos, que representa também o municipário, e ao Ver. Elói Guimarães também, que é um funcionário público, que é um funcionário municipal – para que nos ajudem. Peço ajuda aos senhores, principalmente a essas duas pessoas, que são servidores públicos e que, tenho certeza, se orgulham de sê-lo.

Peço a todas as Bancadas, tanto a do PT quanto a de todos os Partidos, o apoio; peço que dêem o apoio, que olhem e que vejam que eles estão fazendo essa parte e que não é justo querer tirar. Estou aqui pedindo esse favor com muita humildade, porque aprendi a ser humilde; com humildade se cria uma liderança, e essa liderança eu quero ser dos meus colegas municipários, que respeito muito.

Srs. Vereadores, peço mais uma vez: ajudem o funcionário público municipal; nós não podemos perder mais nada, já perdemos tanto, estão nos tirando aos pouquinhos. Até onde vamos chegar? Estamos com problemas gravíssimos dentro do Sindicato justamente por causa disso; nós temos dado cesta básica para nossos colegas, temos ajudado aqueles que não têm mais de onde tirar; é um direito o Sindicato fazer isso, mas também não podemos resolver tudo sozinhos. Então, peço, principalmente, aos meus colegas que são dessas Associações: colega Rigotti, que tenho certeza, o nosso Presidente do Previmpa, tenho certeza que ele vai, também, nos ajudar; meu colega do Sindicato da Câmara de Vereadores, vamos nos unir, vamos deixar as mágoas de lado, vamos nos unir numa situação especial, vamos deixar o Sindicato trabalhar.

Eu sofri tanto dentro do Sindicado, agora, que eu já não sei; mas sei que eu preciso dos meus colegas lá dentro. Eu não quero comandar o Sindicato sozinho, eu quero comandar junto com uma equipe dos próprios colegas municipais que possam me ajudar.

Eu estou numa caminhada que eu não esperava enfrentar, não estava preparado para isso, mas estou me preparando, não sei até quando vai, mas isso aí eu quero, colegas municipários.

Obrigado mesmo por essa oportunidade que eu tive, Srª Presidente, de nós podermos trazer, aqui, a resposta do Sindicato, que é uma resposta justa, que é um pedido especial e um pedido que nós temos direito, nós não estamos pedindo aquilo que não é nosso, estamos pedindo o que é nosso - por direito - e esse direito adquirido ninguém pode nos tirar, e essa confiança eu tenho nos nossos Vereadores da Capital.

Bom, Vereadores, eu estou aqui, eu vou encurtar um pouco, porque a emoção está me batendo, porque não é fácil, não é fácil quando se tem de lutar por uma categoria como é o municipário, e eu, que sou municipário há 36 anos, mais 12 anos aposentado, sinto na carne, pois acompanhei por muitos anos, meus colegas, e respeito, o respeito maior que eu tenho é pelos meus colegas – respeito - nunca discuti com um colega e não vou discutir, porque os colegas sempre têm razão. Eu sou cobrado: onde é que está o Sindicato? O Sindicato está andando, o Sindicato modificou, não tem nada que ver com diretoria que passou, tem que ver com a que está hoje, a que está comandando o Sindicato hoje; hoje é um Sindicato, porque ali existe humildade, existe trabalho, honestidade, não se toca no bolso do funcionário municipal, não aceito tocar nos bolsos dos municipários, porque agora mesmo foi recebido um pedido para aumentar a arrecadação do Município, mas vamos aumentar a arrecadação sem mexer no bolso do colega municipário. Ali, senhores, para muitos que não sabem, o Sindicato dá 200 almoços por dia sem cobrar nada dos colegas! Vão conferir! Vão ao meio-dia! Está convidado para almoçar conosco quem acha que eu estou mentindo! Senhores, eu não minto, porque a “mentira tem perna curta”, uma hora ela vai aparecer. Então, eu digo para os senhores, com muito orgulho, que eu sirvo aos meus colegas lá dentro.

Agora, existem as coisas difíceis que a gente precisa enfrentar, mas eu tenho muita fé no Menino Jesus, que é quem está me ajudando. Quando eu entro no Sindicato, eu entro com o pé direito, pedindo ajuda para o Senhor para que tudo corra bem para nós, porque a defesa que eu faço para os meus colegas eu tenho certeza de que é justa. É justa e legal. Eu jamais vou dizer o seguinte: “Não meto a mão no bolso do servidor municipal, quando se toca em Sindicato”. Eu tenho pago conta de luz, tenho pago água para aqueles que não têm como pagar – e pago com muito orgulho. Eu sei que uma hora eu vou ter de prestar contas disso. Não sei como, mas vou. Mas eu vou trazer, Srs. Vereadores, os colegas que eu sirvo aqui, na Câmara, para provar que o que está sendo feito é justo. Não é roubo, não é nada. É um direito que eles têm.

Srª Presidente, Srs. Vereadores, Presidentes das Associações, eu agradeço, de todo meu coração, aos meus colegas que se encontram aqui. Se eu errei em alguma coisa, me perdoem. Hoje, sinceramente, eu não estava preparado. Eu recebi, na sexta-feira, o convite para comparecer aqui. E eu acho que isso daí não está certo. Vamos nos unir e vamos nos comunicar mais cedo, para que eu possa convocar os funcionários aqui na Câmara de Vereadores. Eu os convoquei no sábado, e assim mesmo poucos chegaram.

Srª Presidente, muito obrigado, que Deus lhe dê bastante saúde para que a senhora possa comandar esta Câmara. O Sindicato está a sua disposição, se houver alguma coisa que nós possamos ajudar, nós vamos ajudar.

E peço, mais uma vez, Srs. Vereadores, para que olhem bem e vejam o que os senhores vão fazer. Não prejudiquem essa categoria que já é tão prejudicada, que já é tão judiada. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Sr. Pedro Ranquetat, Presidente do Sindicâmara, está com a palavra.

 

O SR. PEDRO ANTÔNIO RANQUETAT: Srª Presidenta e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) O Sindicâmara, quando soube da realização desta Sessão Especial, em que seriam discutidas as alterações no Plano que criou o Previmpa, alterando o valor da alíquota, essencialmente, dos 6% para 11%, ao mês, sobre os vencimentos, e, a novidade, sobre proventos da inatividade e pensões alimentícias, vem, de público, declarar sua inconformidade diante de tal proposição.

Em relação aos servidores, eu tomei a liberdade de preparar alguns quesitos que, oportunamente, encaminharei à Mesa - não sei o rito da Sessão -, mas, dessa sorte, o Sindicâmara havia preparado uma série de quesitos sobre a validade da proposição diante da inexistência de cálculo atuarial atualizado. Dessa sorte, nós estamos encaminhando, então, a quem de direito, indagações sobre o reconhecimento da exigência formal na Lei Complementar nº 478 do cálculo atuarial da propositura dessa espécie de alteração de alíquota de contribuição previdenciária.

Nós também indagamos das autoridades, especialmente as autoridades constituídas do Executivo, se concordam que a Lei mencionada exige cálculo atuarial atualizado. É preciso que a gente, basicamente, discuta se, formalmente, está certa a proposição encaminhada pelo Executivo, porque não é possível estabelecer-se um cálculo de 11%, no momento, com uma documentação de dois anos atrás – parece que consta julho de 2002. Da mesma sorte, neste cálculo não está contemplado, por exemplo, o valor das contribuições dos inativos e pensionistas. Da mesma sorte, as pensões – só para argumentar –, doravante, não vão corresponder mais aos 100% dos vencimentos dos servidores em atividade. São indagações que ficam e que merecem resposta, pois, dessa sorte, nós teremos a convicção de que a proposta é ou não correta.

Outra indagação é se as autoridades reconhecem como atuais os dados constantes no cálculo atuarial acostado ao Projeto de Lei Complementar em discussão, em tramitação na Casa, e se os dados assim compilados formam elementos de convicção para o estabelecimento de nova alíquota na atualidade.

Esta indagação é de grande importância para que a gente tenha uma base e possa, eventualmente, reconhecer se a proposta é justa ou não.

Reconhece-se, dessa forma, também, haver significado na base de cálculo usada para a formulação do cálculo atuarial de julho de 2002, em relação à base para novo cálculo atuarial, em face da inclusão de outras classes - já mencionei - de contribuintes, inativos e pensionistas, e a limitação em percentual do valor das pensões a serem concedidas.

Mais uma indagação às autoridades: se acreditam que a legislação decorrente de proposta assim formulada, como ora se encontra em tramitação o Projeto na Casa, forma e conteúdo, inclusive quanto ao processo legislativo, pode ser suscetível a questionamento de nulidade? Eu indago isso porque, na formulação da legislação, há de se ter presente este cálculo atuarial atualizado para que ele não prejudique a própria legislação a ser votada pela Casa. Se o cálculo não for atualizado, conforme se entende da legislação do Previmpa, eventualmente pode ser questionada, inclusive judicialmente, esta proposição, uma vez que não cumpriu o que preceitua a Lei de Alteração da Alíquota de Contribuição Previdenciária.

E, por fim, senhoras e senhores, eu gostaria de deixar esta indagação às autoridades: como classificariam as importâncias de contribuições previdenciárias que excedessem as necessidades? Não seria um confisco nos nossos vencimentos?

Essa é a posição do Sindicâmara que peço seja levada à consideração, e encaminho à Srª Presidente estas formulações, por escrito, para que, eventualmente, as autoridades que dirigem o Previmpa possam nos responder. Obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): A Mesa recolhe o documento entregue pelo Sindicato dos Servidores da Câmara Municipal de Porto Alegre e dará o encaminhamento necessário.

Convido agora a fazer o seu pronunciamento, por 10 minutos, o Sr. Luiz Fernando Rigotti, que representa o Fórum das Entidades dos Servidores do Município de Porto Alegre. Conforme o combinado - os outros já se manifestaram -, o senhor terá 10 minutos para a sua manifestação.

 

O SR. LUIZ FERNANDO RIGOTTI: Srª Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Bom-dia. Estamos mais uma vez aqui nesta Casa para nos manifestar sobre as questões dos municipários. Temos acompanhando essa questão previdenciária durante todo o ano passado, na nossa luta contra a Reforma proposta pelo Governo Federal que acabou nos dando de presente mais sete anos para trabalharmos, que nos tirou diversos direitos - que a classe trabalhadora e os funcionários públicos tinham conquistado -, alegando que eram privilégios.

Quero dizer que se quebrou um pacto de gerações, no qual uma geração trabalhava para que outra ficasse aposentada, e tentou se impingir neste País, ou está se impingindo neste País, a Previdência Privada. Foi para isso que veio a Reforma da Previdência. Nós temos nos debatido aqui nesta Casa; na medida em que as legislações, a Constituição estavam mudando, nós fomos nos prevenindo e caminhando sempre um passo à frente. Tentamos modificar o Montepio para que se adequasse à nova realidade; infelizmente não conseguimos fazer isso por dentro do Montepio e tivemos que formar o Previmpa.

O Previmpa, hoje, é gerido tripartitemente: pela Câmara de Vereadores, com seus representantes; pelos municipários, eleitos pelos municipários e pela Administração Municipal. Essa é uma questão completamente nova e estamos acompanhando toda a Legislação federal para nos adequarmos a ela; mas, esse pacto, de gerir com os municipários, está sendo quebrado, neste momento, à medida em que, nesses dois Projetos que foram encaminhados para a Câmara de Vereadores - passando pelo Conselho de Administração do Previmpa -, não foi atendido o Conselho de Administração do Previmpa, no qual estão os representantes desta Casa, da Câmara de Vereadores, indicados pela Mesa; os indicados pelo Executivo e pelos municipários, que estão gerindo financeira e administrativamente o Previmpa. Foi quebrado esse pacto, à medida em que estamos apontando que a Prefeitura está pedindo para baixar a verba de administração do Previmpa, não é esse o momento; pode ser até que seja no futuro, mas, neste momento, em que o Previmpa não tem sede, os trabalhadores - nossos colegas - estão trabalhando com computadores, mesas, com tudo emprestado, levando até tinta de impressora, o Previmpa não pode baixar de 2% para 0,5%. O dia em que o Previmpa estiver estabilizado e com os atos de aposentadoria saindo em menos de um mês - hoje demora mais de dez meses para termos nosso ato de aposentadoria -, podemos rever essa taxa de administração. É isso que o Conselho de Administração do Previmpa apontou.

Portanto, não estão reconhecendo que o Previmpa tem de ser gerido tripartitemente; estão extrapolando o seu poder e isso nós, como conselheiros do Previmpa, não aceitamos.

Quero dizer mais: a Reforma da Previdência, que veio para taxar todos os funcionários públicos, está tendo, agora, na nossa Cidade, a sua voz mais efetiva. Quando é para a Prefeitura gastar alguma coisa a mais, eles dizem que é inconstitucional, existe uma lei disso, uma lei daquilo; quando aprovam, lá, uma Emenda Constitucional nos taxando em 11%, eles vêm aqui e querem nos empurrar goela abaixo. Sem ver a Lei, mesmo com o cálculo atuarial apontado para um índice menor, eles estão querendo nos colocar 11%. Mesmo a Lei que aprovou que nós podemos aprovar os 11% dos servidores federais, não elimina o que diz a nossa Lei nº 478, que deve ser apresentado o cálculo atuarial anualmente. E existe esse cálculo atuarial anualmente, e existe neste ano. O Diretor do Previmpa provavelmente vai dizer isso, não quiseram apresentar, o Executivo não deixou que se apresentasse o cálculo atuarial para o Conselho Administrativo do Previmpa, que já estava proposto desde 10 de fevereiro. Não quis apresentar, submeteu esse cálculo atuarial ao Prefeito. O Prefeito está pensando que pode mudar um cálculo atuarial? O que é isso? Isso é um escândalo! Se o Prefeito pensa que vai mudar o cálculo atuarial, isso é pior que a do Waldomiro! É a mesma coisa que um engenheiro submeter o cálculo estrutural da obra ao dono da obra!

Sem esses dados, o Conselho do Previmpa não pode trabalhar tecnicamente, e é isso que a administração está querendo. Porque se o cálculo atuarial, que deve ser feito sobre a conta de capitalização dos que entraram depois de setembro de 2003, der menor do que 11%, nós não vamos pagar, porque isso é confisco - é confisco pagar além do que diz o cálculo atuarial!

É isso que eu alerto aos Vereadores. Não é uma questão ideológica, não é uma questão política, isso é uma questão técnica e tem de ser cumprida. É por isso que eles estão querendo aplicar os 11%, para evitar que exista tensão e a Emenda paralela seja aprovada lá, porque aí obrigaria a passar aqui com cálculo atuarial. Quero alertar aos Vereadores: nós pagávamos 4,75%, passamos para 6,75%. A Prefeitura assumiu o pagamento do passivo atuarial, então nós já estamos contribuindo, também, para a nossa Previdência, para a nossa aposentadoria, como já contribuímos, há muito tempo, para os pagamentos das pensões. Isso está dando mais alívio de caixa para a Prefeitura, que quer passar para 11% para ter alívio de caixa.

Estão prometendo para os empresários que, com isso, eles vão poder pagar mais e mais as suas contas atrasadas. Possivelmente, os Vereadores devem sofrer esse constrangimento dos empresários dizendo que têm de pagar a Previdência. Ora, Srs. Vereadores, isso não é verdade! A Prefeitura não consegue dominar suas contas. O Dr. Collar disse que deu superávit de 50%, Dr. Verle disse que deu déficit de 35%; se esses dois homens estiverem falando a verdade, alguém está mentindo.

Então, o domínio das contas da Prefeitura não passa pela questão de aumentar para 11% do nosso salário; passa por gerenciar bem a Prefeitura de Porto Alegre e fazê-la se desenvolver. Nós, municipários, não podemos arcar com a falta de gerenciamento e nós termos de pagar a conta, como tentaram fazer lá no Governo Federal, dizendo que todo o malefício era a Previdência. Estão pagando lá, mas não vai resolver o problema.

Eu quero dizer o seguinte: nós não nos negamos a pagar e dar sustentabilidade atuarial e financeira a qualquer plano de saúde, mas nós não vamos aceitar calados a ingerência da Prefeitura, de nos botar 11% para fazer caixa em véspera de eleição. Isso nós não vamos aceitar! E convoco a todos os funcionários que estão aqui, que atenderam o chamado do Fórum, a entrarmos nessa luta.

Acabaram com a bimestralidade, não nos pagam a progressão desde janeiro do ano passado, até o lanche noturno do HPS eles estão tirando, para fazer caixa, e agora querem pegar 11%! Não é uma questão de cálculo atuarial nem uma questão financeira, não é que o Previmpa esteja dando déficit para a Prefeitura - isso tudo é balela!

E mais um recado para a Prefeitura: nós, as entidades do Fórum das Entidades, estamos com dois atuários prestes a fazer a análise do cálculo atuarial, que deve ser entregue nesta semana, sob pena de nós entrarmos com um mandado de segurança para que nos mostrem o cálculo atuarial, que já existe. Ele foi licitado, feito e entregue para o Previmpa e não foi divulgado pelo seu Conselho de Administração. Se não nos entregarem até quarta-feira, nós entraremos com um mandado de segurança.

E não basta o cálculo atuarial, porque, agora, nós duvidamos desse cálculo. Nós vamos fazer uma auditoria com um atuário para ver se o cálculo é verdadeiro. E, se houver qualquer manipulação desse cálculo - eu quero crer que não exista, porque seria muito pior do que o caso Waldomiro -, nós vamos ter de chamar esta Casa a nos auxiliar, porque nós, os municipários, e esta Casa somos parceiros na construção de uma previdência pública, mas não basta ser só “daqui para fora”, tem que ser “na real”.

Agora, nós chamamos os Vereadores: nos ajudem nessa questão, de gerir a nossa Previdência! Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Sr. José Carlos Reis, Diretor-Geral do Previmpa, está com a palavra em nome da Prefeitura.

 

O SR. JOSÉ CARLOS REIS: Bom-dia a todos. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) É com muita alegria e satisfação que nós estamos aqui nesta Sessão que a Câmara nos proporciona, já que a Câmara, o Poder Legislativo, é parte da Administração do nosso Departamento, e interessado, e que, mais uma vez, nós podemos dar um exemplo de democracia nesta Cidade com os servidores da Administração e da própria Câmara, debatendo um tema de candente interesse dos servidores, até porque mexe no seu salário e nas suas condições de trabalho.

O melhor exemplo democrático que eu acho que a gente pode dar, nesse exemplo que prova que a gente tem procurado administrar de forma paritária a gestão, é que aqui pôde, o Presidente do Conselho de Administração, fazer manifestação independente da sua posição de Conselheiro do Previmpa, e, sim, como representante do Fórum de Entidades, trazendo os seus questionamentos de forma plural e democrática, como a gente tem procurado administrar e debater esse tema no Previmpa.

Embora eu ache que esse tema e o tema da Reforma Previdenciária sejam temas que realmente se prestam para diversos entendimentos do mérito do que foi a Reforma, o nosso entendimento, no Projeto que nós apresentamos, queiram ou não, se adapta a um debate que é nacional e a uma determinação de legislação federal. Portanto, ao discutirmos esse tema, nós não podemos, por mais que a gente questione – e aí eu, no mérito, até posso concordar, e concordo com várias questões que foram levantadas aqui sobre o mérito da Reforma Previdenciária, também entendo que em determinado momento ela passou uma idéia de que nós, servidores públicos, tínhamos muitos privilégios, quando não é verdade, estávamos administrando, e devemos tratar, ao discutir sobre a Reforma Previdenciária, sobre esse tema com um pensamento, sim, no futuro, porque nós sabemos que outros gestores, outros administradores não se preocuparam com isso, e, hoje, em alguns Estados e em alguns Municípios do País e no próprio Governo Federal essa conta está pesada.

Portanto, mais uma vez, os trabalhadores, os servidores públicos são chamados a cooperar e a equacionar o problema de financiamento da Previdência Pública do nosso País. Este é um tema que se presta e que se prestou para debate e que deve voltar ao debate nacional com a tramitação da PEC paralela que está no Congresso; mas, votada a Emenda Constitucional nº 1, nós somos obrigados, por Lei, a nos enquadrar ao que foi votado em nível federal e lá, senhoras e senhores, nós temos a nova redação dada ao art. 40 da Constituição, que diz que os entes federados devem manter regimes de Previdência para os seus servidores, de caráter contributivo e, para isso, devem ser chamados a contribuir os entes federados, as autarquias e fundações, os servidores ativos, inativos e pensionistas. Então, é lá, na alteração da Emenda Constitucional, que está dada a determinação de que hoje, diferente do que era no passado, os inativos e pensionistas devem contribuir para a Previdência, e também é a redação dada à Emenda Constitucional, no parágrafo 1º, do art. 149, que estabelece a alíquota, independente de cálculo atuarial, porque lá está dito que os servidores públicos do País, dos Municípios, Estados e Distrito Federal, deverão contribuir com a mesma alíquota que os servidores públicos civis da União contribuem, que é de 11%, independente de cálculo atuarial. Portanto, a partir dessa determinação, a menos que a PEC que está em tramitação agora na Câmara Federal, que foi aprovada em primeiro momento no Senado, que é a chamada PEC paralela, venha a ser aprovada, daí permitirá, sim, que a alíquota dos demais servidores seja menor do que a alíquota da União, que é de 11%; se o cálculo atuarial comprovar que isso é possível, aí nós poderemos ter uma alíquota menor de 11%. Por enquanto, pela Emenda Constitucional nº 41, aprovada no dia 19 de dezembro de 2003 e publicada no dia 31 de dezembro de 2003, no Diário Oficial da União, a alíquota previdenciária de nós servidores públicos é 11%, independente de cálculo atuarial que diga que possa ser menor ou maior, ela é no mínimo 11%.

Então, para que a gente possa estabelecer esse debate: é a partir dessa Legislação que nós estamos discutindo e, portanto, o que o Município está fazendo, o que a Administração fez ao mandar o Projeto de Lei Complementar nº 10 aqui para esta Casa é uma simples adequação a essa situação criada pela Legislação federal num primeiro momento.

Nós, ainda em novembro, enviamos o Projeto que tratava da fixação de alíquota de 11% para os servidores ativos, e, agora, em fevereiro, mandamos Mensagem Retificativa que estende essa alíquota de 11% para os inativos e pensionistas, independente do cálculo atuarial que nós estamos elaborando, sim, como manda a Legislação, também, que nós temos de, anualmente, fazer cálculo atuarial. Agora, se esse cálculo atuarial - que nós estamos elaborando e devemos apresentar na reunião do Conselho de Administração do Previmpa, na quarta-feira - der menor que 11%, que é a expectativa que nós temos, e que foi explanada aqui pelo Presidente do Conselho, Luiz Fernando Rigotti, independente que esse cálculo atuarial dê uma alíquota menor que 11%, neste momento, a Legislação federal, a nossa Constituição determina que o cálculo seja de 11%. Se daqui alguns dias, na retomada do debate em nível federal, for aprovado que isso pode ser alterado, bom, aí se criará uma nova realidade, mas até lá a alíquota é de 11%, e é isso que nós estamos adequando.

Além disso, esse Projeto, que trata da alteração alíquota, trata de outras questões que também são caras, que é uma adequação do próprio debate que nós fazemos no Departamento, principalmente nas reuniões do Conselho. Nós estamos estabelecendo que ampliaremos a reserva; já existe hoje uma reserva prevista com os recursos que vieram do Coprev. Nós estabelecemos que 1 ponto percentual desse aumento da alíquota irá compor essa reserva, e que essa reserva, sim, para ser atualizada ou para ser retirado o recurso dessa reserva, teremos de consultar anteriormente o Conselho da Administração, diferente do que foi feito no ano passado, quando nós utilizamos parte desse recurso. Fruto do debate do Conselho, fruto da reivindicação dos servidores, nós estamos, sim, trazendo e incorporando no nosso Projeto que deve ser feita uma consulta preliminar ao Conselho da Administração para o uso dessas reservas. Portanto, mais uma vez, demonstrando que, sim, essa gestão é paritária e que atende aos anseios também dos trabalhadores; embora - e mais de uma vez a gente já conversou sobre isso -, sempre que se tem o bônus de se participar de uma gestão paritária se tem o ônus de participar de uma gestão paritária, também. Portanto, muitas vezes, todos nós que somos servidores públicos municipais, naquele Conselho lá, vamos tomar medidas que não vão agradar a todos, que vão, sim, mexer nos bolsos dos nossos companheiros e companheiras de trabalho, mas é o ônus de nós termos um gestão paritária que tem de ser dividida, porque, senão, seria muito fácil só jogar nas costas do Prefeito de plantão a culpa pela adequação e a necessária garantia de recursos para o Previmpa e para sustentar a nossa Previdência.

Por fim, a questão da taxa de administração. É verdade que a taxa de administração, hoje, é de 2%, fixada no parágrafo 3º do art. 5º da Lei nº 478, de 2002. Agora, nós chegamos a uma avaliação de que esta taxa, que a rigor, por cálculo atuarial poderia ser dividida e rateada com os servidores, o Município vai assumi-la integralmente. Portanto, mandou o Projeto de Lei Complementar nº 8 para que se adeqúe isso. Para que o Município assuma integralmente, o Município está pedindo, sim, que não se fixe em 2%, mas que se fixe num intervalo de 0,5% a 2%, e que, anualmente, ao mandar a mensagem de Orçamento para esta Casa, que será precedida de debate interno nas suas instâncias, inclusive no Conselho de Administração, se possa fixar o que é a taxa e o valor dela para o ano seguinte. É só isso, e, aí sim, nós vamos poder, anualmente, discutir as necessidades que o Previmpa tem no seu custeio e só assim poder, no futuro, adquirir, inclusive, um prédio para o Previmpa para ter a sua própria casa. Essa é uma vontade nossa que, nós temos certeza, será construída no próximo período. Obrigado, estamos à disposição para o debate.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Antes de passar a palavra aos Srs. Vereadores e às Sras Vereadoras, embora não previsto no acordo de Lideranças, nós pedimos licença para convidarmos o Sr. José Cláudio Penteado da Silveira, representante da Associação dos Agentes Fiscais da Receita Municipal de Porto Alegre, para que faça o seu pronunciamento em nome da sua Entidade, por 5 minutos. Por favor, a tribuna está à sua disposição. E, depois, o Prof. Joaquim Terra, em nome da Atempa, fará uso, por 5 minutos, da tribuna.

 

O SR. JOSÉ CLÁUDIO PENTEADO DA SILVEIRA: Srª Presidente, Srs. Vereadores, colegas, amigos, companheiros, nós fizemos questão de participar porque a Aiamu, historicamente, também já participou no Previmpa, por meio de um trabalho técnico, quando da votação e criação do Previmpa, onde nós definimos que contribuição previdenciária é no tributo. Em razão disso, também entendemos que devemos continuar essa participação, sob pena de estarmos hoje votando uma matéria, de início, inconstitucional. Mas eu gostaria de elaborar o encaminhamento das colocações pelo que disse o representante do Previmpa.

Cálculo atuarial. Discute-se muito a relação de legalidade e justiça. Mas o cálculo atuarial é legal, é justo, e é necessário para sabermos exatamente o que precisamos para o pagamento das contas. Nós tivemos a pretensão... E eu gostaria de repassar aqui só o demonstrativo para entendermos o que venha a ser o cálculo atuarial. Nós definimos, no pressuposto de cálculo atuarial, 8%; num segundo momento, nós definimos que, ao invés do cálculo atuarial de 8%, nós estivéssemos pagando 6,75%, ou seja, nós estaríamos produzindo uma linha de déficit, ou seja, o sistema não tem como arcar com o pagamento da Previdência. Num segundo momento, a mesma linha do cálculo atuarial em que definimos 8%, é uma coisa importante só como hipótese. Definimos os 11%. Na verdade, o que significa os 11%? Significa que - e aqui vem a importância de entendermos cálculo atuarial -, significa que se eu tenho um salário de 1.000 reais e vou me aposentar com 1.000 reais, e com 8% eu vou ter a necessidade de que esse valor me seja pago, por que eu tenho de pagar 11%? Isso é seqüestro de salário, isso é confisco, e, em sendo tributo, o art. 150 da Constituição também determina que - eu vou fazer questão de fazer uma leitura - art. 150 da Constituição Federal – (Lê.): “...sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedada à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios – é vedado -: Item: 4: Utilizar tributo com efeito de confisco.” Ou seja, o que está se discutindo aqui nos 11% é inconstitucional. Estamos rasgando a Constituição!

Só para terminar, também, quando se define que um trabalhador municipal também tem de contribuir, também tem de dar a sua parte, nós gostaríamos de lembrar o seguinte: o trabalhador municipário não tem mais o que doar. Nós já tivemos várias perdas, as nossas perdas federais: aumento do imposto de renda de 25% para 27%; fim do salário-família; CPFM sob salários de praticamente todos os funcionários, que vão para o cheque especial; juros bancários de 1%, na Constituição, porque pagamos 9, 10, 15% ao mês. E a famigerada Reforma da Previdência.

Temos, ainda, as perdas economico-financeiras de dentro do Município. Perdemos o direito à venda de 10 dias de férias. A perda de 27,58% ICV/Dieese, em 94; o fim do pagamento da licença-prêmio em agosto de 98; em setembro, do mesmo ano, também perdemos o direito à compra de concessão de 100 vales-transporte, que passaram só para 50. Em maio de 2003, perdemos o fim do pagamento do reajuste da bimestralidade.

Ora, senhores, não temos mais nada a dar!

Requeiro, nesta hora, a compreensão dos Srs. Vereadores para nos ajudarem, para que não mais nos seqüestrem salários. Não podemos perder mais nada! Obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Prof. Joaquim Terra está com a palavra em nome da Atempa.

 

O SR. JOAQUIM TERRA: Bom-dia a todos os presentes, a nossa saudação à Mesa, à Presidenta, nossa colega-professora, Margarete Moraes, e demais Vereadores.

O que temos a colocar aqui, em nome da Associação dos Trabalhadores em Educação do Município de Porto Alegre e como um dos Coordenadores do Movimento em Defesa da Previdência Social Pública, é que o momento que o nosso País vive - e a Cidade de Porto Alegre, ao contrário daquilo que alguns dizem, não é uma ilha, está dentro do contexto maior do País - é extremamente grave.

Começamos pela Reforma da Previdência no âmbito nacional, de cunho especificamente fiscalista, meramente diminuindo despesas e aumentando receitas. Uma Reforma linear que trata situações diferentes como se fossem iguais. Uma Reforma que trata a União, os Estados e os Municípios por igual e como se todos fossem iguais. Há algumas diferenças entre os entes federativos, entre as situações dos Estados e Municípios, e há uma diferença fundamental entre a realidade dos Municípios.

A realidade de Porto Alegre, de longe, é a realidade do Estado do Rio Grande do Sul, por exemplo, que tem um gasto com a Previdência, praticamente, percentualmente falando, três vezes o gasto que a Prefeitura de Porto Alegre tem.

Então, querer que os funcionários municipais, que têm média salarial, a folha de pagamento relativamente à arrecadação, cerca de metade em relação ao que é pago aos aposentados, do que tem o Estado, têm a mesma alíquota, não é só uma questão de cálculo atuarial, é uma questão de estupidez política, é uma questão de cumprir a necessidade de fazer fiscalismo.

Terceira questão: esta Reforma, no que diz respeito à alíquota, diz respeito ao pacto federativo, obriga os Estados e Municípios a submeterem seus funcionários a um confisco salarial desnecessário, absurdo, cria animosidade entre as prefeituras, as administrações e os servidores.

O Governo Federal não precisa dos servidores que atendem a população, porque estão no limbo em Brasília! Agora, as prefeituras municipais precisam estar pari passu no dia-a-dia do atendimento dos problemas essenciais da população e, portanto, não podem estar, constrangedoramente, se digladiando com os servidores por questíunculas menores de aumento de 1% ou 2% ou 3% de alíquota. É a um constrangimento lamentável e desnecessário que estão submetendo os Municípios, e eu lamento que a Prefeitura de Porto Alegre, tão pródiga em defender a democracia, entre nessa balela. Nós temos que superar isso.

Além do que, o objetivo principal desta Reforma é impor o princípio da austeridade para enxugar recurso dos trabalhadores, para enfraquecer o mercado interno e fazer frente aos compromissos externos. Do ponto de vista da micro e da macropolítica, esta política está inadequada.

E o mais importante, o que não está sendo tratado neste momento aqui, é a questão da Reforma como um todo; está-se tratando só da alíquota, não se está tratando da Reforma da Previdência.

O que vai acontecer, meu caro colega Zé Valdir, meu colega de muito tempo de luta? Vai acontecer que daqui a cinco ou dez anos vão ter que fazer outra reforma, porque essa não vai dar conta, porque os outros aspectos da reforma estão sendo deixados de lado. O que nós precisamos, neste momento, é fazer um grande estudo - servidores, Câmara de Vereadores, Executivo Municipal - um estudo controlado pelo Previmpa, articulado com a Administração e com a Câmara e supervisionado pelos representantes da categoria municipária, dignos representantes da categoria municipária, para que façamos uma adequação da Reforma Previdenciária no Município de Porto Alegre de um modo correto, que não precisemos amanhã ou depois ter que fazer uma outra reforma, ter que atacar mais ainda os direitos dos servidores, porque esses 11%, nesse contexto fiscalista, também não vão resolver as contas da Prefeitura. Daqui a uns dias nós teremos mais necessidades, porque o grande problema não é o problema de gasto com pessoal e não é um problema de arrecadação. O problema é o constrangimento da falta de crescimento da economia, o constrangimento das contas externas do País, da dívida interna do País. Nós estamos cuidando de uma árvore e estamos esquecendo a floresta, e está vindo por cima da floresta um vendaval junto com uma enchente e que vai matar a todos afogados. Isso é lamentável, que o nosso País, num governo democrático, que se elegeu com a mobilização de todos, como os governos sucessivos democráticos se elegeram, aqui, com a mobilização de todos, esteja sendo constrangido pelo FMI, pelas instituições internacionais, a ficarmos, aqui, debatendo isso, quando tínhamos que estar debatendo o progresso do nosso País. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Dando prosseguimento a esta Sessão Especial, a Presidência coloca à disposição dos Srs. Vereadores ou das Sras Vereadoras a palavra, por três minutos, sendo que o primeiro inscrito é o Ver. Sebastião Melo.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Srª Presidenta, colegas Vereadoras e Vereadores, muito especialmente os servidores e servidoras municipais. É evidente que é difícil, em três minutos, contextualizar um debate desta envergadura. As reformas que o País produziu no último ano foram reformas profundamente equivocadas. A Tributária concentrou recursos nas mãos da União, não desonerou o setor produtivo e aumentou a carga tributária. E a da Previdência, na verdade, criou um grande mercado para as seguradoras internacionais, colocando esse grande filé nas mãos dos organismos internacionais e taxando inativos do País, contraditoriamente àquilo que quem está no Governo pregou a vida inteira que não era taxar inativos e ter uma Previdência Pública de verdade.

Agora, eu sempre digo que o que justifica a caminhada não são os discursos, são as práticas políticas.

Este Projeto, que, hoje, aqui, está em discussão, foi apregoado em 1º de outubro de 2003. Ele não passou por nenhuma Comissão Temática, não houve discussão em nenhuma Comissão. No dia 03 de dezembro, foi pedido o art. 81 e ele veio para a Pauta e o Governo queria votar este Projeto no ano passado. A oposição é que não deixou votar. O Governo queria votar, quando nem sequer a Reforma da Previdência tinha sido homologada. Agora, de novo, ele veio para a Pauta, pelo art. 81, sem produção de discussão, o que eu acho ruim.

Há duas questões básicas, aqui, a discutir. O sistema republicano estabeleceu que um de seus esteios é o princípio federativo. Câmara de Vereadores não é para dar nome de rua em cidade, também pode fazer isso, mas é para discutir matéria como esta!

Encontraram uma alíquota aleatória, sem nenhum cálculo, e dizem que os servidores municipais e estaduais devem seguir a regra da União. Eu não sei se o cálculo é 8, se é 16, se é 17, agora, a Lei Federal nº 9.177, que estabeleceu o Regime Próprio de Previdência e a Lei nº 478, que nós construímos nesta Casa, estabeleceram com clareza meridiana: não podemos votar essa matéria sem o cálculo atuarial.

É disso que nós estamos falando. Dizem por aí que o cálculo está pronto há 60 dias, e eu queria perguntar ao Diretor do Previmpa: Procede isso? Não procede? Porque, se o cálculo está pronto - alguém há de dizer aqui nesta tribuna: mas há um cálculo. Há um cálculo acostado nos autos, Ver. Wilton Araújo, só que esse cálculo foi o que embasou de 4,75% para 6,75%, antes da Reforma da Previdência. Então, esse cálculo, evidentemente, não serve para fins de embasamento da votação desta matéria.

Eu sou daqueles que acho que temos que enfrentar. O equívoco foi produzido em Brasília, com um rolo compressor, onde se estabeleceu um balcão extremamente danoso para o País. A Emenda paralela, já vou concluir Presidenta, liderada pelo Senador Paim, que não vejo mais falar, lá, a Reforma paralela diz o seguinte: os Municípios e os Estados passam a ter prerrogativas para fixar os cálculos.

Mas já não se fala mais. Convocou o Congresso Nacional, pagou milhões de reais, o povo brasileiro pagou, e não se discutiu o essencial, mas só a periferia.

Então, eu quero, Presidenta, cumprimentá-la pela iniciativa, que foi fruto de uma articulação de todas as Bancadas, e dizer que esse debate não pode terminar aqui hoje. Eu acho que esse debate tem que continuar e que os servidores têm de construir, como fizeram no Previmpa, em parceria com todas as Bancadas, uma legislação que acima de tudo - os prefeitos são transitórios, os vereadores são transitórios, mas o Município é permanente; e os servidores são a alma a essência do Municípios -, atenda a todos, e esse debate deve continuar.

Outra coisa, eu quero fazer um apelo, porque vi aqui a ABRASCAM, os aposentados e outras entidades que querem se manifestar, que é oportuno que esses companheiros também se manifestem nesta oportunidade. Muito obrigado Presidenta.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Elói Guimarães está com a palavra.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES: Srª Presidenta. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Se há alguém que está profundamente preocupado com o Previmpa, é exatamente o funcionário. Ninguém é mais interessado pelo bom desempenho do Previmpa do que os funcionários; afinal de contas, os funcionários têm, tanto ativos como inativos, exatamente na instituição do Previmpa, o seu garantidor amanhã, quando estiverem na aposentadoria. Então é bom que se coloque essa questão fundamental. O que querem os funcionários? Os funcionários querem absolutamente segurança, mas, na medida em que querem a auto-sustentabilidade do Previmpa à sua segurança, eles querem que as coisas se passem e se dêem corretamente, clara e induvidosamente. Essa matéria que envolve o Projeto encaminhado pelo Executivo, sob o guante do art. 81, com uma pressa enorme, inconcebível... No Congresso Nacional existe a PEC paralela, que poderá alterar... Aliás, tem que alterar a PEC paralela sob pena de ter se quebrado a Federação em nosso País, porque essa de o nosso Diretor dizer que foi estabelecido 11%, e como tal, o ipso facto devem os municípios e Estados observarem, isso é um quebra do princípio democrático, do princípio constitucional da própria Federação; quebrou-se o nervo cívico da Federação com esse princípio, então a aprovação da PEC paralela se faz imprescindível para que se restaure a própria Federação em nosso País. Bem, ingressam outras questões nessa matéria, por exemplo, o cálculo atuarial, na melhor das hipóteses, vamos conceder, há uma dúvida, e o melhor princípio In dúbio pró-servidor, que ele é o maior responsável, é o maior interessado, é ele que, em última análise, mantém a instituição. Então, nós temos de pedir, aqui, ao Executivo, e vamos fazer esse apelo, e toda a mobilização tem de ser nesse rumo, nesse sentido, de nós discutirmos a matéria com segurança, com calma, para que se possa, afinal, chegar a um denominador comum. Não podemos permitir o atropelo, até porque a dúvida está presente, não há uma palavra, não há um laudo insuspeitável, por assim dizer, que nos assegure que se faz necessário os 11%. Nós estamos com dúvidas. Todos temos dúvidas. E se formos convencidos, lá na frente, e ninguém mais interessado pelo Previmpa do que os funcionários, nós concordaremos; agora, a toque de caixa...

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Por favor, Ver. Elói.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES: Encerro Srª Presidenta, não há condições de se votar essa matéria. Nós temos de fazer a mobilização, apelar ao Executivo, apelar, aqui, ao Presidente do Previmpa, e, de resto, ao Chefe do Executivo, para que se tenha tempo para uma ampla, demorada e correta discussão sobre a matéria. Obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Cassiá Carpes está com a palavra.

 

O SR. CASSIÁ CARPES: Senhora Presidenta, Senhores da Mesa, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, senhoras e senhores, neste momento nós vamos expressar, aqui, tenho certeza, Ver. Elói, a opinião do nosso Partido, até porque esta Casa, com os 33 Vereadores, naquela oportunidade, se preocupou com os aposentados, com os funcionários do Município, enfim, todos os previdenciários municipais, e nós vamos seguir nessa linha – firme, o PTB, que é Oposição nesta Casa, até porque quero lembrá-los de que, quando da instituição da taxa de iluminação pública, que, agora, no mês de abril, será pago por vocês, por nós, pelo cidadão porto-alegrense, o Executivo Municipal teve uma pressa impressionante, para taxar o contribuinte, agora está tendo outra pressa para taxar os funcionários públicos municipais. Então, quando vem, nesse caso, nós desconfiamos.

Esta Casa tem de ter as suas prerrogativas, porque ela, muitas vezes, é tocada em direção ao Executivo, muito rapidamente, quando ele tem interesse em taxar, em penalizar. Portanto, esta Casa tem uma atribuição fundamental de regrar, de ter o equilíbrio; e esse equilíbrio passa por esta Casa.

A Bancada do PTB – e tenho certeza que a Oposição desta Casa também – será firme como nunca. Muitas vezes, a população acha que nós temos direito de intervir, de não deixar que o Executivo aja contra o contribuinte. Mas nós não temos. No entanto, nesse momento, nós temos uma prerrogativa forte, do Plenário, da Oposição desta Casa, a qual tem de ser firme. Nós temos de acompanhar o raciocínio de vocês, das entidades de classe, que têm lutado junto conosco desde aquela aprovação, diga-se de passagem, dos 33 Vereadores.

Então, nós vamos nos posicionar de forma a estar junto de vocês, porque vocês têm acompanhado palmo a palmo essa discussão. É muito importante essa contribuição, e esta Casa não vai virar as costas para o funcionalismo municipal. Obrigado a todos. (Palmas.)

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Srª Presidenta, meu caro Presidente do Previmpa, colegas Vereadoras e Vereadores, meus colegas Municipários, esse é um assunto que tem de ser amplamente estudado. Ninguém pode estudar uma matéria dessas sob a égide do art. 81 – e eu não estou dizendo uma coisa nova no meu pronunciamento, eu sempre me manifestei contrariamente à utilização do art. 81 para projetos de grande importância.

Por outro lado, nós temos de aguardar, sim, a PEC paralela. Os Deputados Federais e o Senadores gastaram 50 milhões e não cumpriram com suas obrigações. Por que o servidor porto-alegrense vai pagar por isso? Por que nós, Vereadores, temos de fazer isso? Eu acho que nós devemos aguardar.

Por outro lado, a bimestralidade tem de ser decidida: 1,54% de maio do ano passado, 0,25 de novembro, um e alguma coisa de janeiro, isso não foi decidido; é importante que seja decidido. E o cálculo atuarial, sem dúvida nenhuma, é importante, é importantíssimo. Sem cálculo atuarial, nada funciona em matéria de previdência e de seguro, e nós não podemos pensar em fazer isso.

A taxa de administração, que a Prefeitura pretende seja de meio a 2% - não sei, pode ser que no futuro consiga -, mas hoje nós não temos dados para dizer que é possível fazer, também acho que não deva ser estudado pela Casa.

Agora, o outro problema - se a alíquota muda de 6,75% -, esse sim, tem de ser estudado, por isso eu já havia pedido, na semana passada, que o nosso Líder, Carlos Pestana – nosso líder no sentido de amigo Pestana – retirasse o art. 81, para que pudesse ser apreciado, no mínimo, por uma comissão especial. Saúde e PAZ! (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Wilton Araújo está com a palavra.

 

O SR. WILTON ARAÚJO: Srª Presidenta, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, senhoras e senhores que estão na nossa assistência na manhã de hoje, aqueles que nos acompanham no Canal 16 e os representantes, tanto do Sr. Prefeito quanto dos funcionários, não há dúvida, na Casa, em sua maioria. Há uma sintonia no entorno de uma proposta que parece bem clara, bem objetiva, bem certa, que é a proposta, sem dúvida nenhuma, da necessidade de tempo para a discussão de um projeto que vai, como disseram alguns, mexer no bolso, tirar um pouco do nosso salário de todos os meses, mas, principalmente, vai e precisa garantir a nossa tranqüilidade no futuro - dos aposentados e daqueles que ainda não se aposentaram, principalmente. Isso precisa ficar bem claro. Não podemos aceitar que cálculos que não foram feitos - ou, se foram feitos, são secretos -, PEC paralela que não foi aprovada ainda, e que suas normas vão cair, objetivamente, sobre essa Legislação Municipal, se deixem sobrepor ao atropelo que o Executivo Municipal está querendo.

Não há como a Oposição desta Casa se posicionar de outra forma. E apelo aos colegas oposicionistas: está na nossa mão o caminho de bem fazer a Legislação desta Cidade, neste tocante e neste especial, que vai trazer a tranqüilidade para os nossos funcionários.

Há, sim, Sr. José Carlos, representante do Prefeito, muitas dúvidas e questionamentos; há muitas dificuldades. E assim, nós entendemos que a Federação existe e deve ser respeitada. E nós vamos defendê-la. Mesmo que o Sr. Prefeito e o Previmpa, como administração, queiram atropelar e fazer com que esta Casa, de forma açodada, rápida, e sem estudo necessário, venha-se debruçar sobre o assunto. Há necessidade, Ver. Pestana, Líder da Situação, de que o art. 81 seja retirado, para que aí, sim, aberta a discussão, a transparência e a participação que o Governo de V. Exª diz ter, diz ter! E só aí é que nós vamos saber se o Governo tem realmente. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Haroldo de Souza está com a palavra.

 

O SR. HAROLDO DE SOUZA: Srª Presidenta, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, amigos aqui presentes, eu não tenho mais nenhuma dúvida e não vejo necessidade de alguém vir a este Plenário e dizer da responsabilidade que temos, nós que formamos a Oposição nesta Casa. Nós devemos estar atentos, sem que ninguém, que não haja nenhum lobby nem de Vereador e nem de pessoas presentes aqui. É uma satisfação para todos nós que vocês venham fiscalizar, mas é uma obrigação de todos nós, que fomos eleitos para isto, para estarmos aqui em defesa dos direitos dos municipários e de outros casos que possam surgir por aí e, graças a Deus, este caso pode ser resolvido pelos Srs. Vereadores, e não outras taxas que estão estabelecidas por aí e que nós, sequer, podemos discutir ou votar nesta Casa.

Na Lei n.º 478, que alguém disse, a contribuição previdenciária é tributo; cálculo atuarial é legal, justo e necessário. Se paga-se 8% e recebe-se x, ao se pagar 11% e receber o mesmo x, é confisco. Estão metendo a mão no bolso. Vão meter a mão no bolso dos municipários se nós da Oposição aceitarmos que este Projeto seja votado açodadamente. Eu já tenho o meu ponto de vista formado e, dificilmente, eu subo na tribuna para discutir. É evidente que eu vou votar dentro das leis, dentro do cálculo atuarial que foi feito por aqueles que entendem, aqueles que sabem da responsabilidade de cada um. Agora, taxar inativos, representante do Prefeito, nesses quatro itens que o senhor me apresentou, a conta está pesada e precisamos e precisamos de caixa!

O que os municipários têm a ver com isso? Inativos e pensionistas devem colaborar? Mas quando chega a aposentadoria, depois de tanto trabalho, depois de tanto sacrifício, depois de tantas contribuições, ainda precisam colaborar mais ainda para fazer caixa! Onze por cento, independente de cálculo atuarial. Mas como?! É uma adequação à Lei Federal? Mas a Lei Federal está falando também em três pontos a mais do INSS para pagar uma dívida. Assim é fácil. Assim é fácil governar, metendo a mão no bolso do povo.

Com certeza, este Vereador e a Bancada do PMDB vão brigar até o fim, para que os municipários sejam atendidos, nas suas necessidades, com justiça. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Ervino Besson está com a palavra.

 

O SR. ERVINO BESSON: Srª Presidente, Verª Margarete Moraes, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, senhoras e senhores municipários, eu vou pegar um gancho do que falou o Ver. Sebastião Melo. Nós, Vereadores e Prefeitos, estamos de passagem - a gente sabe disso, a gente tem consciência disso – e, como em outros parlamentos, os funcionários permanecem. Quem dá estrutura para as cidades, quem têm a responsabilidade do trabalho são os funcionários. Portanto, temos que ter consciência disso. Sem dúvida nenhuma.

Alguém falou da retirada do art. 81, eu também concordo. Acho que tem de ser escolhido aqui, minha cara Presidente, já que temos brilhantes advogados aqui, um representante da entidade de classe e um do Governo Municipal para que haja uma ampla e aberta discussão. Porque nós todos, um dia, vamos ficar velhos. Ninguém sai desse caminho, todos somos mortais. Agora, que tristeza as pessoas que empenharam-se com o vigor da sua juventude para ter uma vida mais tranqüila e conviver com seus familiares, porque já cumpriram com o seu dever, ao necessitarem do retorno de tudo aquilo com que contribuíram, de repente, são sacrificados e têm de mudar a sua forma de vida. Sinceramente, isso é uma agressão. E nós, Vereadores, fomos eleitos, cada um de nós, por uma parcela da população desta Cidade de Porto Alegre. Temos de ter consciência disso e da responsabilidade que temos; da responsabilidade de cada um de nós. É por isso que fomos colocados aqui. Portanto, minha cara Presidente, para encerrar, creio que o art. 81 deve ser retirado. Sugiro que esta Casa – assim como as sugestões dos outros Vereadores -, crie uma Comissão composta por representantes desta Casa, por entidades de classe e pelo Executivo Municipal para que se resolva esse impasse, sentados frente a frente, colocando os dados para que as pessoas, que têm dúvidas, possam entender. Por isso, meus caros Vereadores e Vereadoras, meus caros funcionários e funcionárias, estamos aqui para estudar esse Projeto, mas com muita responsabilidade e muito carinho, sem dúvida nenhuma. Um abraço a cada um e a cada uma de vocês. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Carlos Pestana está com a palavra.

 

O SR. CARLOS PESTANA: Verª Margarete Moraes, meus colegas servidores do Município de Porto Alegre, queria começar a minha fala procurando dialogar em relação a algumas questões que foram colocadas. Uma delas, começo com a abordagem feita pelo Ver. Elói Guimarães, é a questão de se foi respeitado ou não o pacto federativo referente à questão dos 11%. Posso até concordar com V. Exª, efetivamente não foi, mas, concretamente, há uma Emenda Constitucional dos 11%. Veja, vi várias intervenções, posso pegar inclusive o texto da Aiamu, e a própria fala do Joaquim. Concordo quando o Joaquim diz: “Efetivamente, o problema, as dificuldades financeiras do Município, sejam do Estado ou da União, não passam pela solução do aumento da alíquota da Previdência”. Evidentemente que existe, sim, uma crise econômica, que acaba incidindo fortemente sobre a questão da arrecadação dos Municípios, Estados e União. Isso é verdade. Agora, Joaquim, tanto tu quanto eu somos servidores, e eu tenho uma preocupação: que a gente consiga, o quanto antes, mesmo que não haja obrigatoriedade dos 11%, mas, o quanto antes, procurar o equilíbrio na questão previdenciária. Então postergar essa discussão em nome de outras questões, a meu juízo, é equivocado, porque eu sou servidor, como todos que estão aqui, e eu quero que a gente tenha a garantia, não só agora, mas daqui para a frente, do equilíbrio das nossas contas. Portanto, embora tenha a determinação constitucional dos 11%, quero dizer que está correto. O Diretor do Previmpa já sinalizou, nós vamos apresentar os cálculos para que a gente possa constatar, mesmo que entendamos que a Constituição determine os 11%, mas nós vamos apresentar os cálculos para que tenhamos toda a transparência e a clareza nessa discussão.

Também acho que é importante colocar que estamos desde outubro com esse Projeto aqui, e não nos furtamos da discussão. Nós, a Bancada do Governo, o Governo concordou em adiar esse debate em dezembro, não foi só Oposição. Estranho muito a Oposição falar em confisco. Mas quem está confiscando? O Governo Rigotto nem sequer fala em cálculo atuarial, está parcelando o pagamento do servidor, está parcelando os 13%.

 

(Manifestação das galerias.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Por favor, Ver. Carlos Pestana, a Mesa garante seu tempo e pede compreensão à platéia. Por favor, vamos ouvir o Vereador com toda educação e civilidade que ele merece.

 

O SR. CARLOS PESTANA: Embora sejam situações distintas, é importante diferenciar aqui, e eu me recorro da fala do Ver. Sebastião Melo, o discurso da prática. É evidente que a situação do Estado – já fomos Governo do Estado – é muito mais séria que a situação do Município. Agora, também é profundamente equivocado nós chegarmos aqui e dizermos que no Estado não precisa cálculo atuarial, no Estado pode ser urgência, mas aqui, no Município, tem de haver cálculo atuarial e tem de haver um amplo debate. É nesse sentido que eu estou colocando que a gente tem de, fundamentalmente, diferenciar, sim, o discurso da prática de alguns, porque o nosso discurso e a nossa prática valem aqui e valem lá também.

 

(Manifestação das galerias.)

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): A Mesa coloca à disposição dos Vereadores a possibilidade de uso da tribuna. (Pausa.) Em não havendo Vereadores inscritos, seguindo esta Sessão Especial, nós devolvemos a palavra às entidades que compõem a Mesa, as quais se poderão manifestar no tempo de três minutos.

Por favor, Sr. Luiz Fernando Rigotti...

 

O SR. SEBASTIÃO MELO (Requerimento): Srª Presidenta, eu gostaria de instar V. Exª para uma análise. Existem outras entidades. Veja o seguinte: a Mesa teve oportunidade de se manifestar; sem prejuízo pode fazer as alegações finais. São 11h11min, talvez tenhamos pouco tempo, e há algumas entidades que têm contribuições a dar sobre esta matéria. Então, eu submeto a V. Exª se não seria possível que duas ou três entidades pudessem manifestar pelo prazo de três minutos? A dos aposentados é uma; a Abrascam é outra que tem contribuições sobre esta matéria. Eu estou me lembrando dessas duas; talvez haja outras.

 

O SR. CARLOS PESTANA: Verª Margarete Moraes, esta Mesa fez um acordo com o conjunto das Lideranças. O importante é que a gente já fez todo o empenho no sentido de que havia um Parecer da Casa que argumentava que a Audiência Pública não poderia ser feita. Nós, como tínhamos firmado um compromisso na tribuna, de promover o quanto antes esse debate, essa discussão, essa conversa, construímos juntos com uma Sessão Especial aqui. Os convidados da Sessão Especial também entraram em acordo com o conjunto dos Vereadores. Além disso, algumas entidades nos procuraram, antes do debate, e nós também concordamos que fossem incorporadas mais duas entidades, por conta de se ter o espaço para as discussões necessárias.

Eu acredito que já foi aberto um espaço para o conjunto. Isso não quer dizer que a Casa, que tem as suas comissões, os seus instrumentos, as suas formas de convocação, não faça, em outra oportunidade, esse debate.

Acho que esta discussão serviu para ficar muito claro, efetivamente, o que os servidores estão reivindicando junto à Câmara, junto ao Executivo. Eu acho que é fundamental, até, para que a gente possa fazer uma reflexão e avançar, inclusive, nessa discussão, que a gente encerre essa discussão hoje, o que não impede que as Comissões da Casa venham a chamar de novo os servidores e os próprios Vereadores para dar seqüência a esse debate.

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Vereador Sebastião Melo, a Mesa seguiu rigorosamente todos os itens previstos no acordo entre as Bancadas da situação e da oposição e se coloca absolutamente aberta a novos encontros para que se possa continuar refletindo e discutindo sobre essa matéria. Portanto, neste momento, nós colocamos a palavra à disposição dos representantes das entidades, Sr. Ananísio Peres, que abre mão; Sr. Pedro Ranquetat e o Sr. Luiz Fernando Rigotti, que poderão utilizar a palavra por 3 minutos. Pode ser aqui ou lá na tribuna, como o senhor desejar. Mas, antes de passar para o senhor, eu quero dar a palavra ao Ver. João Antonio Dib.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Nobre Presidenta, de repente eu fiquei numa situação incômoda. Na realidade, a vida é feita de momentos, e os momentos devem ser aproveitados. Nós temos um momento em que as entidades estão aqui, os Vereadores estão aqui; eu acho que, se nós pudermos ouvir – e temos tempo –, seria da mais alta relevância, porque nós estamos buscando informações. (Palmas.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Cassiá Carpes está com a palavra.

 

O SR. CASSIÁ CARPES: Srª Presidenta, é um momento ímpar, neste momento tão complexo da vida brasileira e também dos funcionários municipais. Peço a V. Exª que tenha sensibilidade neste momento tão importante para todos nós e dê a oportunidade para essas outras entidades se manifestarem. Obrigado. (Palmas.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Vou suspender os trabalhos por um minuto e quero chamar aqui as duas Lideranças, da situação e da oposição, por favor.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 11h15min.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes - 11h21min): Estão reabertos os trabalhos.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Srª Presidenta, queria a atenção dos representantes dos aposentados e também da Associação Brasileira dos Servidores de Câmaras. Nós acordamos com a Mesa, Nara e Sr. Darwin, que, para não quebrar aquilo que havia acordado, a Mesa vai franquear o comparecimento das entidades aqui e é uma questão de acertar no final da Sessão ainda para hoje ou para a Sessão de quarta-feira, quando terão a oportunidade de falar para todos os Vereadores aqui da Casa, dando segmento a esse debate. Então, isso foi o acordado e eu fui o porta-voz desse acordo aqui feito. Muito obrigado.

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Obrigada, Ver. Sebastião Melo.

O Sr. Luiz Fernando Rigotti, representante do Fórum das Entidades de Servidores do Município, está com a palavra.

 

O SR. LUIZ FERNANDO RIGOTTI: Colegas, quero dizer aos senhores que hoje nós comparecemos aqui para dizer aos Vereadores da nossa insatisfação da forma como está sendo tratada essa mudança, tanto daquilo que a Prefeitura deve pagar para o Previmpa, que eles estão querendo diminuir, como daquilo que a Prefeitura quer retirar, porque eles querem aumentar. Nós não podemos sair daqui e achar que está tudo resolvido. Nós fizemos uma pressão hoje, aqui, estamos completamente satisfeitos e eu convoco a todos para continuarem participando dessa maneira, como a gente tem feito desde o ano passado, quando esse processo entrou aqui. Em todas as Sessões, nós, os representantes das entidades, sempre vimos para cá, e hoje mostramos para os Vereadores que os representantes das entidades não são um ou dois, as entidades têm representação no meio da Prefeitura. E, quando a gente diz que está insatisfeito, não é uma questão nossa, particular, mas nós representamos muitas pessoas.

Estão aqui todas as entidades e, nesse caso, estamos todos unidos. Nós nos rebelamos em conjunto contra a Reforma da Previdência, que taxa os inativos, quebrando, inclusive, o seu discurso e para aquilo que foi eleito, mostrando que houve um estelionato eleitoral. Nós estamos aqui para mostrar isso, nós não concordamos porque achamos que é inconstitucional retirar dos aposentados e vamos continuar brigando na Justiça com a União Gaúcha dos Trabalhadores em Defesa da Previdência Social.

Não vamos aceitar isso aí, queremos que seja aprovada a PEC e não engolir aqui a aplicação da Emenda Constitucional para que aí... Isso é uma tentativa de esvaziar a PEC! Nós não aceitamos! Continuaremos indo a Brasília, como já fomos, e vamos defender os nossos direitos. A quebra do pacto federativo, tornando os senhores praticamente bonecos de aprovação daquilo que foi taxado lá em cima... Isso é um desrespeito! Nós não aceitamos, como queremos que os deputados não aceitem.

Portanto, meus colegas, que estão aqui, convoco a todos para continuarmos nesta vigília, acompanhando aqui, pelo site da Aiamu, da Astec, da Atempa, todos os nosso passos. Nós, do Fórum das Entidades de Servidores do Município de Porto Alegre, que nos unimos ao Simpa sem problema nenhum, quando é para vir aqui e defender os nossos salários, com o Sindicâmara, chamamos a todos, porque agora é hora de prestar a atenção; a hora em que nós dormirmos, vem o tacão em cima; não vamos dormir, vamos buscar dignidade para os nossos aposentados, que não conseguem fazer a sua aposentadoria com qualidade de vida. Isso é Previdência? Isso é discutir Previdência? Mas eu pergunto: onde estão os nossos colegas que defendiam isso? Onde está o Governo que defendia isso? Previdência é isso? Em busca da Previdência, colegas! (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Antes de passar a palavra ao Sr. José Carlos Reis, representante do Executivo, eu quero confirmar que, conforme acordo realizado entre as Lideranças, neste momento, esta Presidência coloca à disposição para comparecimento as representações que não puderam se manifestar neste momento. Eu passo a palavra ao Sr. José Carlos Reis, Diretor-Geral do Previmpa, representante do Executivo Municipal, por três minutos.

 

O SR. JOSÉ CARLOS REIS: Nestes minutos que me restam, eu queria lembrar que, embora se possa discutir o mérito da Reforma, nós temos uma certeza: o Governo Federal, não sozinho, mas junto com os Governadores, com os 26 Governadores deste País, que se reuniram lá em Brasília para acordar sobre o Projeto da Reforma Previdenciária e o da Reforma Tributária, fez essas mudanças para também garantir, sim, uma Previdência Pública, uma Previdência Privada. E, portanto, se nós queremos manter a Previdência Pública, nós precisamos tratar do problema do seu financiamento. Essa é uma verdade que deve ser chamada. Se nós tivermos de manter, simplesmente, a alíquota só para os servidores ativos, é uma realidade. E a gente sabe, o Rigotti sabe, há Estados que já cobram, por exemplo, 17% dos servidores ativos para manter a Previdência. Se nós estendermos para inativos e pensionistas, pode ser uma outra realidade, tanto que houve, inclusive, a preocupação de se estabelecerem tetos mínimos e máximos para se fazer essa contribuição da alíquota, estabelecendo um patamar mínimo para se submeter os inativos e pensionistas à contribuição. Do ponto de vista do nosso problema local, todos nós sabemos que, desde 2001, quando nós construímos o Previmpa, fizemos alterações e estabelecemos o nosso Regime próprio de Previdência, que a alíquota de 6,75% é insuficiente para custear todo o Regime. Já era insuficiente, e nós sabíamos, ela não está baseada em cálculo atuarial, foi uma alíquota negociada, acordada com a representação dos servidores naquele momento. Nós sabemos que, quanto mais passa o tempo, para nós alterarmos essa alíquota, mais aumentam os problemas, estaremos criando problemas para a administração futura do Regime. Portanto, acho que isso tem de estar presente neste debate também, e não dizerem, simplesmente, que nós estamos só cumprindo as determinações da Legislação Federal.

Por fim, gostaria de dizer que, evidentemente, nós recolhemos todas as informações deste debate, junto com a Liderança do Governo aqui na Câmara, levaremos ao Sr. Prefeito as ponderações dos Vereadores e das entidades para continuarmos estabelecendo este debate e encontrarmos uma solução para essa questão dos Projetos que estão aqui tramitando em relação à alíquota previdenciária e a taxa de administração. Gostaria de me colocar mais uma vez à disposição deste Plenário, desta Câmara, e também das entidades de servidores para a qualquer momento nós podermos debater e construir uma solução que é para todos nós. Nós não podemos esquecer que todos nós, envolvidos no Previmpa, mesmo os representantes do Prefeito, somos todos servidores públicos e, portanto, estamos cuidando do nosso futuro coletivamente. Obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Eu agradeço especialmente a presença dos convidados, dos senhores José Carlos Reis, Luiz Fernando Rigotti, e Ananísio Peres, aqui presentes, do Joaquim Terra, do Sr. José Cláudio Penteado da Silveira; também agradeço a presença de todos os servidores e servidoras e dos Vereadores e Vereadoras presentes, e dou por encerrada a presente Sessão Especial.

 

(Encerra-se a Sessão às 11h29min.)

 

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